sábado, 29 de novembro de 2014

84 CHARING CROSS ROAD

ou NUNCA TE VI, SEMPRE TE AMEI  é um dos livros favoritos desde muito. Não lembro quando assisti ao filme pela primeira vez, só sei que já o vi algumas vezes, e sempre com um novo encantamento.  

Ainda  lembro do dia em que conversando com Clarice, ex-colega de trabalho, ela me disse que tinha o livro, e eu sem pestanejar: você me empresta? A resposta: claro! para mim foi uma surpresa, se eu tivesse um livro especial assim dificilmente emprestaria. Mas, ela emprestou e eu o devorei em poucos dias morrendo de medo de que algo pudesse acontecer àquele livro que para mim era um tesouro.  Lido e devolvido. 

Mas, eis que um dia eu estou num sebo e descubro escondidinho numa das empoeiradas prateleiras um livro igualzinho ao que Clara me emprestou. Pense na alegria da pessoa!

Pois então, e isto já faz uns bons anos de lá para cá já vi e revi o filme umas vezes, já li e reli o livro outras tantas.   Então, porque falar sobre ele agora? A culpa foi de um domingo de novembro chuvoso e friorento que me trouxe de volta a 84 Charing Cross Road, e depois de rever o filme, não deu outra, o passo seguinte era reler o livro, óbvio. 
E desta vez não de uma tacada só, mas uma leitura lenta, pausada, com direito ruminações, divagações, avanços e retrocessos. Acompanhando tudo no filme. Ah! Que delícia!

Pena que Desafios Literários não aceitem releituras. :( 

Mas, enfim reli assim mesmo, e ei-lo aqui porque afinal é um livro de biografias e escrito por mulher!  E que bom que o fiz,  a leitura foi um misto de sorriso nos lábios e lágrimas nos olhos, do jeito que só quem reencontra velhos e amados amigos sabe como é: pura emoção.

É realmente uma pena que um livro tão lindo e doce como este, seja absurdamente esquecido pelas editoras.  E eu que queria tanto ter um exemplar bonitinho e caprichado para minhas releituras... e  poder indicá-lo a toda gente, contento-me com o meu amado e velhinho exemplar que "se abre nas páginas preferidas". 

A palavra é: nostalgia.

E continua na galeria dos favoritos e certamente haverá novas e futuras releituras. 

Acho que este foi o comentário mais emblemático para meus pensamentos puramente aleatórios.

Ah! Há tantos trechos/grifos que gostaria de colocar aqui... mas, colocarei apenas um:
"Jamais pensei que tocar num livro pudesse dar tamanha alegria."




Título: Nunca te vi, sempre te amei
Autor: Helene Hanff
Editora: LTC/Casa de Maria
Pág.: 253

Sinopse: Correspondência entre a autora americana, em Nova York, e o gerente de uma loja de livros raros/usados na Inglaterra, em Londres, durante vários anos. Uma viagem sentimental indicada aos amantes de livros. Tudo começou com uma carta perguntando sobre livros de segunda mão, escrita por Helene Hanff em Nova York, e endereçada a uma livraria no número 84 da Charing Cross Road, em Londres. Como as sarcásticas e espirituosas cartas de Helene são respondidas pelo indigesto e criterioso Frank Doel da Charing Cross Road, 84, uma relação floresce, em meio ao aconchegante e charmoso mundo dos livros, dando espaço a uma amizade a distância, ao longo de duas décadas.


CORAÇÃO

Coração apareceu para mim através de um vídeo da Patty do canal Alma do Meu Sonho. Fiquei curiosa principalmente quando soube que o livro "dera corpo" à Declaração Universal dos Direitos Humanos .  Não resisti e comprei,  e o livro foi juntar-se à tantos outros na pilha. Sinceramente, não faço ideia do tempo que ficou por lá. Saiu a agora porque no Desfio Literário do Skoob o tema é livro infanto-juvenil, então decidi  resgatá-lo do claustro. 

Depois das lágrimas vertidas com Zezinho n'O meu pé de laranja lima, pensei em ler algo mais leve,  então um livro com uma capa amarelinha tão doce, como é o caso de Coração deveria ser o ideal, ou  não? Bem, bem, bem... Coração é um infanto-juvenil diferente.  Não eu não chorei, mas não lembro de ter em algum momento ao menos sentido vontade de sorrir, aliás algumas lágrimas não derramadas vieram aos olhos aqui e ali. O livro em forma de diário e cartas traz temas como morte, luto, discriminação, ética, patriotismo e por aí vai. Então dá pra ver que leve não seria exatamente o descritivo deste livro.

Embora eu tenha gostado, não foi uma leitura fluente e nem impactante, por vezes emperrava e eu ficava a indagar-me se o problema era do livro, da tradução ou da leitora. Eu diria que é/foi uma leitura reflexiva.  

Gostei bastante do posfácio, principalmente das ilustrações feitas pelo Serrote. 

Para não encerrar o mês dos infantos com livros sorumbáticos, verei o que mais posso arranjar nas prateleiras que traduzam leituras mais amenas.








Título: Coração
Autor: Edmondo de Amicis
Ilustrações: Serrote
Páginas:  349
Editora: Cosac 

Sinopse: Este clássico romance de formação narra a passagem da infância para adolescência de uma heterogênea turma de garotos que se veem diante de novas e complexas experiências de vida. O livro é o diário de Enrico, que irá se deparar com situações muito mais delicadas, para além do novo universo escolar em que entrou. Coração permanece atemporal ao tratar temas como convivência, solidariedade, compaixão e cidadania. “O Coração era o livro de leitura adotado na minha classe. Para mim, porém, não era um livro de estudo. Era a porta de um mundo, não de evasão, mas de um sentimento misturado, com a intuição terrificante das tristezas e maldades da vida.” Manuel Bandeira

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

AS SETE REGRAS SAGRADAS PARA ALCANÇAR A INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA

Dicas de livros podem chegar das formas mais inusitadas, e este  As sete regras sagradas para alcançar a independência financeira me apareceu  como dica de leitura de uma das bibliotecas onde tenho cadastro. Sim, eu leio livros de biblioteca, pois não satisfeita com a pilha de livros que me espera na estante, e que não para de crescer, eu ainda empresto livros de pelo menos três bibliotecas, e tenho cadastro em outras mais.

Bem, bem voltando ao livro... quando As sete regras sagradas para alcançar a independência financeira, surgiu no meu email não pensei duas vezes,  tomei a decisão: vou ler! Mas, o livro estava emprestado e tinha lista de reserva. Tudo bem, entro para a lista, ora pois! E eis que chega a minha vez. E a primeira surpresa: não é apenas um livro sobre educação financeira, é também. Mas, é um romance! E que leitura gostosa. Segunda surpresa, o livro é inspirado no Livro de Tobias, da Bíblia. Não sou uma profunda conhecedora da Bíblia, mas o Livro de Tobias é um dos meus favoritos. Não faz diferença nenhuma se o leitor não conhece o livro bíblico.  Confesso que só depois de ler o livro, voltei ao texto bíblico para perceber as similaridades, já não me recordava de muita coisa do que havia lido anos atrás. 

Devo dizer que a leitura foi super rápida e fluente, e acabei comprando um exemplar para mim, que veio autografado e tudo mais. 0/
Eu li o livro em dois ou três dias, mesmo assim o lia apenas no trajeto casa/trabalho/casa. Depois comprei um exemplar para meu pai que o devorou também em dois dias. 
Aí falei do livro com uma colega de trabalho, que me pediu o livro emprestado. Emprestei ao meio dia, e à noite veio a mensagem no celular:  terminei de ler o livro,  posso ficar com ele mais um tempo para reler alguns pontos? E a pergunta: Que livro?
Nunca imaginaria que era quele que havia deixado na mesa dela no mesmo dia. 

Acho que este é o livro ideal para os tempos que correm, onde os nossos gastos vão lá para cima com as festas natalinas, as férias e seja mais o que vier, por outro lado é um romance gostoso, que fala de solidariedade, de amizade ... e claro de como alcançar a independência financeira. 

Você deve estar se perguntando onde este livro entra nos Desafios Literários... Bem, é um romance e é escrito por um autor brasileiro, então... 

Título: As sete regras $agradas para alcançar a independência financeira
Autor: Geraldo Afrânio Silva
Editora: O lutador 
Páginas: 130
Sinopse: Escrito em linguagem leve e de fácil entendimento, este livro é destinado a todas as pessoas que almejam conquistar a independência financeira... Para aqueles que têm dificuldade em controlar as finanças... Enfim, para a pessoa comum que não quer mais correr atrás do dinheiro, mas fazer com que o dinheiro corra atrás dela. A partir da adaptação de um livro bíblico, nasceu um romance entremeado de dicas para a prática, efetiva, do orçamento familiar e administração financeira. Pessoas de todos os níveis terão acesso às sete regras que poderão ditar novos rumos às suas vidas. Descubra, através da leitura desse romance, que é possível e descomplicado viver de rendas e ter uma boa saúde financeira.

CAZUZA & O MEU PÉ DE LARANJA LIMA

Li dois livros infanto-juvenis para este desafio, um deles foi o Cazuza,  do Viriato Correa e, o outro, o famoso O meu pé de laranja lima, do José Mauro de Vasconcelos.  Acho que eu "era" a única leitora na terra Brasilis que nunca havia lido O meu pé de laranja...
Lembro ainda do dia em que conversando com uma amiga de longa data e falando sobre livros que nos marcaram, ela me disse que este era o livro e gostaria de reler. Bem, foi a primeira vez que ouvi  "chorei muito", relacionado  ao livro. De lá pra cá ouvi isto inúmeras vezes, ouvi: chorei litros, cântaros, horrores, um bocado e sai lá mais o que.  E agora eu digo também: chorei muito...  me debulhei em lágrimas. 
Resumindo a dica de leitura de O meu pé de laranja lima veio desta conversa com a minha amiga, e também de minha tia, que disse quase as mesmas coisas.

Já a  dica do Cazuza não veio através de um amigo, nem inimigo (rs), chegou através do programa Direito e Literatura da TV Justiça, que sempre me faz correr atrás de livros não pensados.
Este é o segundo exemplar que adquiri, o primeiro foi para uma colega de trabalho que também me disse que o livro era o livro da infância dela. Imagina que ficou encantada com a minha edição velha e macambuzia comprada na Estante Virtual! Então, dei o livro para ela, lógico.   
Tempos depois, aliás muito tempo depois, li o livro e comentei com ela e não havia emocionado tanto, e não deixaria marcas literárias nesta pessoa que vos escreve, provavelmente esqueceria quase tudo da história. E não é que verdade? A história lida há pouco vai se desfazendo tal qual sacola biodegradável... 

A leitura de ambos fizeram-me lembrar  diversas vezes  dO pequeno Nicolau, dos autores Sempé & Goscinny. Mas, se no livro francês as peraltices do pequeno me leva às gargalhadas nos outros dois a carga dramática é muito forte,  perpassa toda a leitura um que de melancolia. E isto é ainda mais intenso em O meu pé de laranja. Há tantos dramas pessoais e sociais na história que por vezes ficava a indagar-me do por que o livro foi classificado como infanto-juvenil (perdoem a ignorância), afinal estou acostumada com o lúdico neste tipo de narrativa, mesmo quando se quer apresentar temas sérios/dramáticos/existenciais como por exemplo A bolsa amarela, que fala de autoestima,  ou Pele de Asno que fala de incesto, dentre tantos outros. 

Gostei de ambos embora meu coração penda mais para O meu pé de laranja lima, o que já era de se esperar, ou não? Zezinho me acompanhou mesmo depois que fechei o livro, após ter lido a última página e vertido inúmeras lágrimas. Disseram-me que o livro tem continuação já passei na biblioteca e trouxe pra casa uma edição velha que espero conseguir ler [valei-me Nossa Senhora da Rinite!]





 
Não achei grifo nenhum anotado para deixar aqui, talvez estivesse ocupada demais chorando para lembrar de fazer marcações.  E como não quero chorar litros de novo não vou caçar frase nenhuma....

Título: Cazuza
Autor: Viriato Corrêa
Editora: Companhia Editora Nacional
Páginas: 229 
Sinopse: Cazuza, lançado pela primeira vez em 1938, é um romance autobiográfico em que o autor narra as amargas experiências escolares de um garoto desde o primário convivendo com um professor autoritário de uma escola no interior do Maranhão, até os dias de colégio na capital do estado, São Luís. Além de criar um belo romance sobre o processo de amadurecimento de uma criança, Viriato Corrêa usou Cazuza como um veículo para criticar e denunciar castigos físicos impostos aos estudantes e outras práticas abomináveis de disciplina adotadas por muitos estabelecimentos educacionais na década de 30.

Título: O meu pé de laranja lima
Autor: José Mauro de Vasconcelos
Editora: Melhoramentos 
Páginas: 189
Sinopse: Na obra juvenil mais conhecida de José Mauro, a pobreza, a solidão e o desajuste social vistos pelos olhos ingênuos de uma criança de seis anos. Nascido em uma família pobre e numerosa, Zezé é um menino especial, que envolve o leitor ao revelar seus sonhos e desejos, por meio de conversas com o seu pé de laranja lima, encontrando na fantasia a alegria de viver.  (Bem eu não vi alegria nenhuma, mas tudo bem, pode ser ilusão de leitora)




O VENTO NOS SALGUEIROS

Não sei onde li/ouvi falar pela primeira vez do livro O vento nos salgueiros, mas lembro perfeitamente de que fiquei intrigada quando li os comentários sobre ele no Os livros e os dias, de Alberto Manguel.  Não resisti, comprei o livro e o devorei.  Mas, isto há uns bons oito anos, e agora ao pegar para ler O livro luminoso da vida,  de D H Lawrence, que tem como subtítulo escritos sobre literatura e arte. Uma leitura que intriga, mais do que instiga (pelo menos a mim), fiquei a indagar-me o que havia nos livros de Bloom (o Harold, e também o Allan) e  Manguel que sempre me fazem correr atrás de um ou mais títulos. E da releitura de trechos de um dos livros de Bloom veio a vontade de reler Persuasão  e de Jane Austen, e do livro de Manguel não resisti a reler O vento nos salgueiros, e talvez Afinidades Eletivas, de Goethe, quem sabe... projetos para a futuro...



Uma frase de Os livros e os dias no capítulo sobre O vento nos salgueiros havia ficado em minha mente: o livro "é todo sobre o lar". E é, mas a memória falha, engana. Simpática ao Topeira, havia esquecido que um dos personagens mais atuantes na narrativa de Kenneth Grahame era o Sapo!

O livro é encantador, e mesmo sabendo que releituras não valem em nenhum dos Desafios, não resisti a falar sobre o livro. Porque o encantamento não diminuiu, desta vez preferi saborear a leitura, deleitar-me com ela, li, fiz pausas, reli capítulos/trechos uma/duas/três vezes, sem nenhuma pressa, e adorei cada página, ainda que o Sapo, por vezes tire o Rato e o Sr Texugo do sério (e até o Manguel que não gosta muito/ou nada dele), confesso que desta vez as passagens me pareceram mais divertidas que irritantes. 

Mas, não é só Manguel que acha que o livro merece ser lido (eu também, lógico!), ele é um dos 500 livros  que merecem lidos,na edição publicada  pela Editora Larrousse. 


    



Título: O vento nos salgueiros
Autor: Kenneth Grahame
Editora: Moderna
Páginas:  207
Sinopse:  Este romance é um clássico da literatura inglesa do começo do século XX. O autor escreveu-o como cartas para entreter o filho, sem imaginar que, reunidas e publicadas, se tornariam um grande sucesso literário. Os personagens são animais, que vivem no mesmo ambiente dos seres humanos. Eles têm os mesmos sonhos e frustrações que as pessoas, os mesmos impulsos e valores; são, na verdade, representações de nossos comportamentos.