domingo, 9 de março de 2014

OS ESPIÕES



Título
: O espiões
Autor: Luís Fernando Verissimo
Pag.: 175
Editora: Ponto de Leitura                                                                                                                                                                                                                            
Ainda não  satisfeita com as leituras para o mês do suspense. Volto a procurar algo instigante para ler. E penso que um livro com o título Os espiões deve/tem de ser um suspense. Bem acho que é, mas volto a me deparar com um suspense meio ralo, fazer o que! Deve ser sina/praga/mandinga ou sei lá o que. Desisto!

Este livro foi minha primeira experiência com os escritos do já conhecido de todos/quase todos Luís Fernando Veríssimo. Você vai me perguntar se não é um suspense. E eu direi que tem elementos: tem um mistério, tem uma investigação, tem espiões, então deve ser um suspense. 
É, mas para mim soou mais como uma brincadeira ou uma crítica bem humorada aos romances de suspense e ao mundo editorial, do que um romance de mistério. O livo é divertido e por vezes me peguei sorrindo enquanto o lia. E apesar de ser um livro fininho (minha edição é de bolso ideal para carregar na bolsa), a leitura não foi do tipo: devorei! Foi uma leitura pausada, mas bem agradável.

Alguns grifos:

Ela não me aguentava por causa da bebida e descobriu que sóbrio eu era pior.
Espionar é esperar. A frase é do John le Carré

SinopseLuis Fernando Veríssimo constrói, neste livro, uma alegoria híbrida de mitologia, humor e mistério. Ainda se curando da ressaca do final de semana, na manhã de uma terça-feira, o funcionário de uma pequena editora recebe um envelope branco, endereçado com letras de mãos trêmulas. Dentro, as primeiras páginas de um livro de confissões escrito por uma certa Ariadne, que promete contar sua história com um amante secreto e depois se suicidar. Atormentado por sonhos românticos, esse boêmio frustrado com seu casamento, e infeliz no trabalho, decide tomar uma atitude - descobrir quem é Ariadne e, se possível, salvá-la da morte anunciada. Na mitologia grega, ela ajuda Teseu a sair do labirinto. No entanto, o autor cria uma Ariadne ao contrário, que vai enfeitiçando o protagonista e seus amigos de bar, os espiões deste livro.

FALSO CUPOM




Título: Falso cupom
Autor: Liev Tolstói
ISBN: 9788540504158
Ano: 2013
Formato: ePub
Editora:  Cosac Naify

Sinopse: Falso cupom apresenta muitos elementos das utopias sociais e religiosas do autor. Na trama, um garoto que precisa desesperadamente de dinheiro falsifica um cupom, o que desencadeia uma série de acontecimentos. 

Para o mês do suspense e dos romances policiais, eu comecei lendo lá em janeiro este Falso cupom, que é também um clássico, afinal é um Tolstoi. Como o texto era muito curto fui em busca de outras leituras, e passei pelo já citado aqui Um ônibus do tamanho do mundo, que gostei muito.

Embora não seja um romance, creio tratar-se de um conto longo, o livro traz todos os elementos de suspense e/ou policial. Nesta narrativa passamos por falsificações, fugas, latrocínios, polícias, delegados e delegacias, e por aí vai... 

Se gostei? Um livro de Tolstoi sempre é interessante, mas confesso que suspense e policial foi um tema que para mim  ficou lá atrás. Nem a boa e velha Agatha que já li tanto desta vez conseguiu me instigar... tentei ler Os últimos casos de Miss Marple, mas não saí dos ínfimos 5% de leitura. (aff!!!)

Grifos

Passou umas duas horas estudando a gramática e os cadernos sem entender nada. 
 Vassilli lia livros de bons autores, romances
Ele ficaria feliz na solidão se tivesse e pudesse ler o Evangelho. O Evangelho ele podia conseguir, mas não sabia ler
Enquanto isso, Mákhin, o ginasiano que havia aprendido a falsificar cupons, acabara o ginásio e o curso universitário na Faculdade de Direito


UM ÔNIBUS DO TAMANHO DO MUNDO

Título: Um ônibus do tamanho do mundo
Autor: J M Simmel
Pag.: 140
Editora: Nova Fronteira
Tempos atrás durante uma viagem com minha tia, ela me falou de um livro que havia lido recentemente que contava a história de uma menina que dava o dinheiro arrecadado na escola a um vigarista, que lhe dissera que  encontraria seu pai desaparecido durante a guerra. A história era mais ou menos esta, ela não lembrava título nem autor,  mas deu umas pistas e descobri que o livro era de J M Simmel e o título era É proibido chorar. Anotei o título para buscas futuras, já que ela dissera que o livro a emocionara muito. E estes dias lembrei do livro, e  não querendo aumentar a pilha enorme que me aguarda em casa, resolvi procurar na biblioteca. Infelizmente, não há exemplar disponível, que se traduz em deram fim no livro. Mas, descobri vários títulos do autor e este Um ônibus do tamanho do mundo me chamou a atenção. Afinal parecia um suspense! Tá certo é  infanto-juvenil, mas é suspense. Afinal, um monte de criança presas num ônibus sozinhas no meio de uma avalanche tem que ser suspense, ou não?

Resolvi retirá-lo por empréstimo.  E que grata surpresa...  uma leitura bastante agradável, com um suspense meio ralo como diria o Alberto Manguel, mas que não deixa de ter uma certa tensão e despertar a curiosidade do leitor.  Nele encontramos uma narrativa que flui com bastante facilidade, o autor pinça aqui e ali alguns conceitos de fraternidade, comunidade, responsabilidade, que para alguns podem soar como moralismo, mas que não me incomodaram de modo algum [é sempre bom ter em mente o tempo e local onde foram escritos]. 

Alguns grifos:
De repente sentiu uma sensação de calor, e achou que havia praticado uma boa ação. 
(...) que de tão entusiasmada esqueceu de ter medo.

Sinopse: Várias crianças partem numa colônia de férias durante o inverno. No caminho, uma avalanche bloqueia a estrada e um dos passageiros adoece seriamente. A professora e o motorista saem para levá-lo ao hospital, e as crianças, sozinhas, têm de tomar decisões importantes e participar de aventuras inesperadas.

ALBERTO SAVARUS

Título: Alberto Savarus, in A comédia Humana vol 2
Autor: Honoré de Balzac
Editora:  Biblioteca Azul 
Ano: 2013
O mês das Guerras e Revoluções não começou muito bem, primeiro foi a dificuldade para escolher o livro. Tive que recorrer aos universitários: pedi sugestões à Diva Cissa  que entre outros recomendou-me ou já exaustivamente citado   O tempo entre costuras, que ao que parece todo mundo gostou menos eu, visto que  tem sido uma leitura cheia de altos e baixos, ora flui, ora não. E agora interrompida/interceptada por leituras quiçá mais interessantes. 
Então vamos a este Alberto Savarus:
E como cheguei a este livro? Maluca que sou, que mal dou conta de um Desafio, resolvo participar de dois, e ainda tem um fórum. Então como já falei que este é o mês dos clássicos e o fórum é uma leitura compartilhada dos livros dA comédia Humana do Balzac, e eis que resolvo transformá-lo em um livro para o DL, afinal Balzac é mais que clássico, ou não? Mas Deus é pai, e protege os inocentes, assim   me manda um livro clássico, que tem como pano de fundo Guerras e Revoluções. [uhuuu].
Então, este Alberto Savarus é tudo...

E enfim pego um livro do Balzac que tem uma história mais a seu estilo, com uma carga dramática maior e personagens mais típicos da Comédia Humana. Pena não lembrar de todas as coisas que  vou pensando enquanto leio, o que me faz lembrar mais uma vez que devo deixar um bloquinho por perto, quase nunca faço isto... :(

Interessante Balzac inserir uma novela dentro de sua própria novela, e paradoxalmente o autor não quebra o ritmo da narrativa, o fato me fez lembrar de alguma maneira de Se um viajante em uma noite de inverno. E o capítulo O QUE O DIABO PODE FAZER DE ESTRAGOS EM QUINZE DIAS NUMA  MOÇA DE DEZOITO ANOS   tem um título bem sugestivo.

Algumas  considerações:
1. O livro me fez pensar nas filhas de Pons.
2. Tem um estilo mais dramático e o Balzac consegue delinear melhor cada personagem do que nos livros do autor recentemente lidos por mim.
3. Não é um livro engraçado, mas aqui e ali tem suas ironias que nos levam ao riso.
4. Há trechos sobre política bem interessantes.
5. Concordo com o Rónai é um livro mais sobre Rosália, do que sobre Alberto.
6. Parece que este será um mês balzaquiano...

Grifos:
Tudo o que está feito, pode-se desfazer. Não baseie sua fortuna e planos na vontade de uma mulher, do mesmo modo que um homem prudente não deve contar com os sapatos de um morto para se pôr a caminho. 
Triunfo rejuvenesce os homens.
Em todos os tempos, a França e a Inglaterra têm feito uma troca de futilidades, tanto mais seguida porque escapa à tirania das alfândegas. A moda que em Paris chamamos inglesa é em Londres francesa, e reciprocamente. A inimizade dos dois povos cessa em dois pontos: na questão das palavras e na do vestuário. 
As anquinhas trazidas por uma inglesa para Paris, foram inventadas em Londres, conhece-se o motivo, por uma francesa, a famosa duquesa de Portsmouth; começaram a provocar tal zombaria que a primeira inglesa que assim apareceu nas Tulherias escapou de ser esmagada pela multidão, mas as anquinhas foram adotadas. 
Quando uma tolice diverte Paris, que devora tanto obras-primas quanto tolices, é difícil que a província dela se prive. 
Alberto teria imitado alguns escritores modernos, que, por falta de espírito inventivo, contam as suas próprias alegrias, as suas próprias dores.  

SOPA DE ROMÃ

Título: Sopa de Romã
Autor: Marsha Mehran
ISBN: 8580572770
Número de páginas: 256
Acho que já falei aqui que não estava nos meus planos ler sobre guerras e/ou revoluções. Mas, como fazia parte da meta do DL das Divas não tinha muito pra onde correr. É tipo pegar ou largar. Como a leitura de A princesa de Cadigan  não foi das melhores e O tempo entre costuras continua a arrastar-se. Volto às prateleiras para tentar encontrar novas possibilidades de leitura, e encontro este Sopa de Romã, comprado há uns bons três ou quatro anos.  E pense numa narrativa deliciosa, fluente e entremeada de receitas regadas a canela e cardamomo... O que me fez  lembrar  que comprei este livro logo depois de ler   Ishq & Mushq e  Assando bolos em Kigali livros que me encantaram e recomendo.

Foi uma verdadeira surpresa  quando lá pelas tantas ao passar mais uma página me deparo com um... epílogo?!! Mas, como já acabou?! Pulei páginas? O que aconteceu? Não, não pulei páginas, mas a narrativa da autora foi para mim tão envolvente que não percebi que ia avançando para o final. Faz tempo que não pego um livro onde não fico contando quantas páginas faltam para acabar, mesmo livros que gostei muito. Muitas vezes a história é boa, mas a narrativa não é para mim envolvente.
Enfim, consegui um saldo positivo destes desafios 2014. (ufa!!!)

Alguns grifos [contraditoriamente este não foi um livro de muito grifos, vai entender!]
A modernidade, pelo que se vê, prefere pílulas compradas aos conselhos dos antigos sábios.
Então a minha Glória me contou que vocês fugiram da revolução, verdade?
O divertido padre só percebeu o doce convite do Café Babilônia quando ficou bem na frente de suas janelas brilhantes.

Receitas

  • Charutinhos de folha de uva
  • Sopa de lentilhas cor-de-rosa
  • Baklava
  • Refresco iogurte dugh
  • Abgusht
  • Orelhas de elefante
  • Pão lavash
  • Torshi
  • Chelow
  • Fesenjoon
  • Remédio para enxaqueca
  • Sopa de romã
  • Chá de lavanda e hortelã para depois do jantar