Título: O marido perfeito mora ao lado
Autor: Felipe Pena
Editora: Record
Pág: 304
Tempos atrás, aliás muito tempo. Assisti uma entrevista com escritor o Felipe Pena, onde o livro O marido perfeito mora ao lado foi citado, ele vendeu bem o seu peixe, afinal comprei o livro. Deixou-me bastante curiosa. Não sei porque cargas d'água fiquei a imaginar tratar-se de um chic lit, não me falha a memória ele falou alguma coisa sobre quebrar padrões ou regras de narrativa (lógico as palavras não foram estas, mas entendi que ele pretendia desconstruir aquilo que esperamos de um texto narrativo para entretenimento). Bem isto ele fez muito bem. Pois há tantas reviravoltas, quantas forem possíveis. No fim fiquei sem nenhuma ideia acerca do que tinha lido, ou seja não tenho opinião formada sobre. Não é que não gostei do livro, mas houve vários trechos que para mim foram bem cansativos e eu acabava por pausar a leitura, outros fluía muito bem. Foi uma leitura de altos e baixos, por assim dizer.
Bem era para o Desafio das Divas lá no mês dos escritores brasileiros, passou para o mês dos policiais/suspense e só muitos meses depois é que entrou no Desafio do Skoob em autores brasileiros, inclusive contemporâneos. Levei tempo demais para ler e embora tenha um delegado, um sequestro, tráfico de drogas e mais, para mim o suspense foi bem ralo, mas não sou expert em livros do gênero. Embora não tenha sido uma leitura instigante como se espera dos livros policiais, pelo menos foi uma leitura divertida, em parte.
Grifos:
Pastoriza não acreditava em narrativas lineares, com
causa e consequência; direção e sentido; princípio, meio e fim.
Se o outro é teu inferno, o que ele conta é uma versão
de como se chegou lá.
Era inevitável as histórias de casais sempre lhe lembravam
os romances de Gabriel Garcia Marquez.
Nada é obvio, a dúvida é nossa única certeza.
Qualquer professor que se envolvesse com uma aluna seria
condenado pelo tribunal da santa inquisição pedagógica, sem direito a apelação.
Sinopse:
Em O marido perfeito mora ao lado, somos apresentados a uma mulher angustiada que busca a ajuda de uma terapeuta para salvar o casamento. Mas logo percebemos que a angústia é compartilhada por outros personagens, até mesmo pelos bem casados (ou principalmente por estes, como diz um deles). Então ocorre um crime. E os terapeutas farão o papel de investigadores. Quem é o culpado pela incomunicabilidade entre homens e mulheres? Uma questão que nem Freud foi capaz de resolver, embora passemos a vida atrás da resposta.
Título: Charneca em Flor
Autor: Florbela Espanca
Data Original de Publicação: 1931
Data Publicação eBook: 2013
Quem me conhece sabe que eu não suporto poesia, tá certo eu gosto de Manuel Bandeira, mas praticamente acaba aí. Na adolescência eu li o poetinha Vínicius, li Fernando Pessoa, Drummond... mas, fiquei com o Manuel.
E quando vi que o tema de Junho era este, pensei: nheca! Aí lembrei de um Thiago de Mello que tenho aqui, comprei por conta dos Estatutos do Homem que vamos combinar é uma obra-prima. Foi então, que vi no site da Kobo este livrinho da Florbela disponível para download gratuito. Baixei o livro (estamos em janeiro) e pensei vamos acabar logo com isto.
Pense numa leitura sofrida, não quero dizer que o livro é ruim, não, longe de mim fazer tal tipo de julgamento. Eu só não gostei dele. Imagina só o livrinho tem 58 páginas de poesia e eu levei uns quatro ou cinco dias pra ler!!!! Imaginou? Pois então, sentiu o drama do que é ler alguma coisa que simplesmente não flui? É neste nível. Depois desta não sei se ainda terei folego para o Thiago, vamos ver.
Grifos:
Eu sou aquela de quem tens saudade
A princesa do: "Era uma vez..."
Ergo a cabeça ao alto, encaro o sol."
Até agora eu não me conhecia.
que eu não era Eu não o sabia.
tenho pena de mim... pena de ti.
eu, que era neste mundo uma vencida,
Título: Contos fora da moda
Autor: Artur Azevedo
Editora: Zero Papel
Ano: 2012
Participar de desafios literários é certamente sinônimo de aventuras e algumas desventuras, e muitas vezes gratas surpresas, quando somos brindados com algumas pérolas literárias tão pouco conhecidas ou desconhecidas dos leitores e esquecidas pelas editoras. Foi assim com estes Contos Fora da Moda, de Arthur Azevedo. Contos de um humor sutil, com uma ironia bem dosada, no melhor estilo das boas comédias de costumes. Muitos trechos me fizeram lembrar de algumas das narrativas mais irônicas do Machado.
Para mim esta foi uma das leituras mais saborosas dos últimos tempos, e que muitas vezes deixou-me com aquele sorriso nos lábios, e um que de nostalgia. Muito bom!
É por estas e outras que eu sempre digo que sou uma mulher/leitora do século XIX.
Grifos
... casamento assusta-me; é a a destruição de todos os sonhos, o aniquilamento de todas as ilusões. Deixa-me sonhar ainda...
Tu o que tens é uma carregação de romantismo e preguiça, o que me aborrece deveras.
porque a Vênus não tinha duzentos contos de réis em prédios e apólices.
A moral como vão ver foi sacrificada ao egoísmo.
Amor? Sei lá! Despeito, raiva, talvez...
Geraldo casou-se muito novo, em 1871, aos vinte anos, e enviuvou aos trinta. Solteiro, foi um menino turbulento; casado, era um moço alegre; viúvo, tornara-se macambúzio.
Contos (preferidos?)
- A cozinheira
- Caiporismo
- A filha do patrão - este é impagável
- O velho lima
