quarta-feira, 13 de agosto de 2014

UMA LIÇÃO INESQUECÍVEL

TítuloUma Lição Inesquecível: Uma Executiva, Um Menino de Rua e Um Encontro Que Transformou Suas Vidas 
AutorLaura Schroff, Alex Tresniowski
Editora: Universo dos Livros
Pág: 256


Quando gostamos muito de algum livro sempre queremos falar sobre ele e nossa experiência de leitura a toda gente.  Foi assim com este Uma lição inesquecível. Eu o tinha aqui na pilha fazia algum tempo, não sei exatamente porque outros livros passaram à frente, nem porque o escolhi para ler exatamente neste momento, mas que bom que foi assim. O tipo de livro que me fazia querer voltar para casa para continuar de onde tinha parado, não era o livro que carregava na bolsa, então...

Este foi um livro que me fez pensar em outros que impressionaram-me muito. Me fez lembrar  O segundo suspiro, de Philippe Pozzo di Borgo, porque fala de amizade e superação; o Infiel, de Ayaan Hirsi Ali, que quando terminei estava tão impactada que não acreditava que tudo que havia lido realmente tivesse acontecido, e corri para o Google para pesquisar a história de Ayaan, e agora me aparece este Uma lição inesquecível, que realmente me deixou bastante impressionada.  E por que? Porque fala de amizade, de solidariedade de  fazer diferença na vida de alguém. Não falarei muito sobre esta história porque poucos são como eu, que ao ficar muito impactada/impressionada/angustiada/ansiosa no meio do livro, manda os tais spoilers às favas e lê o final do livro para acabar com a ansiedade e volta calmamente à leitura. Então, vou resumir dizendo apenas que gostei muito, muito! Como na leitura de Infiel eu pesquisei no Google, e vi as fotos de Laurie e Maurice. E achei interessante como nossas imagens são tão diferentes das criadas pelo autor, ou neste caso das verdadeiras. A Laurie na minha cabeça era morena de cabelos pretos, o Maurice tinha traços vietnamitas, não me perguntem porque. Se você ler o livro vai ver como passei longe, aliás bem longe.

E embora o mês das biografias nos dois Desafios tenha ficado lá atrás não me furtarei a usar o título para ambos os DL. 

Grifos:
Se o amor é o maior presente de todos - e eu acredito que é, então o maior privilégio que temos em nossa vida é o de amar alguém.
Maurice ensinou-me muitas coisas; é impossível listar todas elas. Ensinou-me a viver. Ensinou-me umas das lições mais importantes que uma pessoa pode aprender: como ser grata a tudo que tenho.
Os rituais são o que nos mantêm em terra firme, que nos dá a sensação de segurança e continuidade.
(...) acredito que há uma força no universo que une pessoas que precisam uma da outra. 
as pessoas dizem coisas bonitas a seu respeito  no seu funeral, mas você não está lá para ouvi-las. 

Sinopse:

– Com licença, senhora. Tem uma moeda? Tô com fome. Manhattan, Nova York, 1986. Foi assim que começou essa história no mínimo improvável. Ela, uma diretora comercial bem-sucedida de 35 anos no auge da carreira. Ele, um garotinho negro de onze anos que sobrevivia pedindo esmolas na rua. Cada um seguia sua vida em mundos geograficamente próximos, mas completamente distantes um do outro. Até que algo inexplicável, uma espécie de fio invisível, os une de maneira permanente. E a vida deles – essa vida que, de formas distintas, já parecia tão consolidada e firme tanto para ela quanto para ele – mudará para sempre. Como eles nunca poderiam imaginar.

sábado, 9 de agosto de 2014

HAI-KAIS

Título: Hai-Kais
Autor: Millôr Fernandes
Editora: L&PM
Pág: 126


Quem bem me conhece já me ouviu reclamar quando alguém tenta me impingir alguma poesia. Depois de fazer bico, sempre penso: "odeio poesia". E volta a lenga-lenga: não gosto de poesia, gosto de Manuel Bandeira e ponto. Deu pra entender? 
Mas, eis que em mais um dos temas pouco palatáveis dos Desafios Literários me aparece uma seleção de bons escritores (muito bons por sinal), que não estão em meus planos de leitura atual. Qual o Desafio? Divas. Qual o tema? Escolha um autor entre: Mia Couto, Martha Medeiros, Fernanda Young, Lya Luft, Clarice Lispector, Luis Fernando Verissimo, Millôr Fernandes, Caio Fernando Abreu, Martha Medeiros ou  Lya Luft. Nada contra nenhum deles, mas não tinha planos de ler nada neste sentido por estes tempos e eis que sem muita escolha resolvo ler, uns poemas curtos de Millôr Fernandes, tipo assim, me dá cá esta coisa e vamos acabar logo com isto!

Daí que começo a ler os Hai-Kais do Millôr e  me pego surpreendentemente encantada, que delícia de livro, e tem umas ilustrações tão delicadas. Adorei o livro e agora devo dizer que gosto de Manuel Bandeira e de Millôr quando alguém vier me empurrar alguma poesia, porque vou procurar mais livros dele, lógico! 

Não sabia se lia avidamente, ou vagarosamente. Acabei por ler avidamente, mas com releitura de alguns trechos, direito a riso nos lábios e olhar sonhador.  O que me fez pensar que gostaria que meus Hai-Kais fosse  um livro pequeno e bonitinho para carregar no bolso (pequeno até que é, mas vamos combinar as edições econômicas da L&PM podem ser muito boas, mas de bonitinhas não têm nada), como diria a Helene Hanff em Nunca te vi, sempre te amei (ou 84 Charing Cross Road), livro e filme favoritos para toda a vida;  lido, relido; visto e revisto vezes sem conta. 

Como disse lá em cima adoro Manuel Bandeira, eu tinha um exemplar dos contos escolhidos numa edição velhinha da Ediouro, estava cheio de grifos e anotações, páginas soltas, mas que eu adorava.  Sumiu em uma destas mudanças que ocorrem no decorrer da vida... agora tenho uma outra edição, novinha, mesmos poemas, mas ainda sem grifos, marcações ou anotações, ainda é um livro sem história.  Bem resumindo, para não transformar estes pensamentos aleatórios numa bagunça ainda maior, agora terei outro livro de poesia para acompanhar-me: os Hai-kais do Millôr, que em breve terá uma história.

E vejam só ainda ganhei de brinde mais uma leitura para o Desafio do Skoob: Millôr é um autor brasileiro, ora pois!

Grifos (muitos):

Diz, pensar. Livre-pensar é só pensar.
Nunca tive medo, gente, Se há perigo Alguém vai na frente.
É meu conforto, Da vida só me tiram Morto 
Morta, no chão, A sombra É uma comparação.

Sinopse:
O hai-kai foi criado no Japão e é, por definição, um pequeno poema composto de três versos, e não possui rima, que foi acrescentada nas suas versões ocidentais. Este tipo de verso popularizou-se no século XVII com Bashô. Millôr Fernandes recriou o hai-kai e adaptou-o ao dia-a-dia, (olha,/ entre um ping-o e outro/ a chuva não molha) tornando-o uma das suas mais conhecidas formas de expressão. Neste livro foram reunidos alguns hai-kais criados entre 1959 e 1986. Segundo o ancestral método japonês, os versos têm uma ilustração que lhes traduz ou interpreta.

domingo, 3 de agosto de 2014

ADEUS, MR CHIPS

Título:  Adeus, Mr Chips
AutorJames Hilton
Editora: Record
Pág: 90 

Sempre que me encontro perdida procurando alguma coisa diferente para ler, depois de fuçar as prateleiras, recorro às estantes dos amigos no Skoob. Foi  mais ou menos assim com este  Adeus, Mr Chips. Eu estava procurando alguma coisa diferente e este livro me apareceu em um site de leitura on line. Fui investigar e ele estava na estante da Claire com cinco estrelas, mas sem resenha. Dúvida cruel, a capa escolhida pela editora levou-me a crer tratar-se de um livro policial ou de aventuras. Mas, se a Claire deu cinco estrelas deve ser muito bom, pensei. Mas, não era o que procurava naquele momento, deixei pra lá. Mas, alguma coisa me atraia para o livro e acabei não resistindo.  Que bom!   Ler no computador é para mim muito chato e cansativo. Mas, era o que tinha no momento e  resolvi encarar. O livro é uma delícia. Uma narrativa gostosa e por vezes delicada. 

Gostei do livro desde o início, gostei de todo ele. Uma pena que um livro tão gostoso não seja mais editado e só seja encontrado em sebos ou para leitura on line.  O livro está em domínio público, pelo que pude entender. A narrativa do autor é extremamente delicada, mas bastante nostálgica. E muitas vezes fiquei a lembrar do Guilhermino de A indesejada aposentadoria, do Josué Montello, livro que li para o Desafio de 2013 e que gostei muito, muito, tanto que saí presenteando os amigos com ele.  A história é sobre memória e envelhecimento temas que não creio sejam muito interessantes aos mais jovens e que estão em busca de leituras com  emoções fortes.  

Quando comentei com o Regi, ele ficou interessado e depois de ler o livro me contou que houve um filme. Que bom, saber disso, mais um livro para os meus desafios, desta vez das Divas, um livro que virou filme. [Obrigada, Regi!]

Gostei muito, muito!

Grifos:


Quando vamos avançando em em idade (mas, de boa saúde é claro) ficamos às vezes em estado de grande sonolência, e as horas parecem passar como um lerdo rebanho a se mover através da paisagem.
Media o tempo ainda pelos sinais do passado. 
Boa pilhéria esta de envelhecer, mas uma pilhéria triste também, sob certos aspectos. 
Quando chegara pela primeira vez a Brookfield trazia um objetivo: ser amado, ser honrado e obedecido. 
Acho que na nossa idade tudo que a gente diz para as pessoas está certo. (?)
Mas, a verdade é que prefiro contar a livro a escrevê-lo.
Sinopse:

Enquanto o velho Chips recebe a visita de um estudante novato, sua vida é narrada em flashback, desde os tempos em que, ainda Arthur Chipping, tornou-se professor de um respeitável internato inglês para garotos. O romance acompanha então toda a existência do personagem pontuando a narrativa com alusões à história da Inglaterra e da Europa nos começos do século XX.


Vídeo da Claire sobre o livro:
http://www.youtube.com/watch?v=PEOfP_kuc4I

BLISS

Título: Bliss
AutorKathryn Littlewood
Editora: Salamandra
Pag. 408

Confesso que comprei o livro exclusivamente pela capa, achei linda, uma cara de livro reconfortante, leve, gostoso de ler, por isto deixei-o esperando para os dias mais cinzentos.  Então, depois de vários livros lidos quase que na marra para os Desafios, encontrar um livrinho gostoso e ideal para um leitura mais descompromissada e fluída foi mais do que bem vindo, ou seja a leitura de Bliss chegou em boa hora. Foi um livro que me fez rir em muitos trechos e raramente me fez contar páginas para ver quanto faltava para acabar. Parece mais uma comédia pastelão dos tempos modernos, a maioria das  decisões dos meninos acabam dando no oposto do que eles esperavam, o típico tiro que sai pela culatra. Gostei tanto que já comprei  o segundo volume da série, que guardei para ler nos tempos bicudos.

Sei que os estressados de plantão com os tais spoilers vão ficar de cabelo em pé quando eu contar que lá pelo meio do livro eu corri para ler o final e não satisfeita li todo o último capítulo. E só então voltei para ler o restante do livro calma e tranquilamente. :))

Os erros de grafia me irritaram e desconcertaram, no capítulo 16, por exemplo, a palavrada  embaraçada está escrito com dois ss. Um livro infanto-juvenil não pode cometer erros tão primários, são livros para um público leitor em formação. Há outros, mas não vou fazer uma relação. Sem contar que o livro é um livro caro, deveria no mínimo ter algum tipo de revisão. 

Grifos:
Há algo de reconfortante em fazer as mesmas coisas e ver as mesmas pessoas.
Será que existiam coisas como bruxos? Será que o bruxo voltaria?
Era como se o mundo tivesse parado de se mover e a casa dos Bliss não tivesse recebido a notificação. 

Sinopse:

Todo mundo na pequena cidade de Calamity Falls adora a confeitaria Bliss. E por uma boa razão: as receitas da família Bliss são mágicas. Elas vêm de um livro da família – o Tomo de Culinária Bliss – que vem passando de geração em geração desde a Idade das Trevas. As receitas mágicas do livro são tão poderosas que os produtos da confeitaria Bliss são responsáveis pela felicidade que reina na cidade. Isto é, até o dia em papai e mamãe Bliss são chamados para resolver um problema em outra cidade, e as quatro crianças da família ficam sozinhas com a confeitaria por uma semana. Uma semana apenas, mas que acaba virando a vida da cidade de cabeça para baixo. Uma misteriosa e sedutora tia Lily aparece, e as crianças até ficam felizes em receber uma ajudinha. Mas parece que essa charmosa tia não veio bem interessada em ajudar...