sexta-feira, 14 de novembro de 2014

CAZUZA & O MEU PÉ DE LARANJA LIMA

Li dois livros infanto-juvenis para este desafio, um deles foi o Cazuza,  do Viriato Correa e, o outro, o famoso O meu pé de laranja lima, do José Mauro de Vasconcelos.  Acho que eu "era" a única leitora na terra Brasilis que nunca havia lido O meu pé de laranja...
Lembro ainda do dia em que conversando com uma amiga de longa data e falando sobre livros que nos marcaram, ela me disse que este era o livro e gostaria de reler. Bem, foi a primeira vez que ouvi  "chorei muito", relacionado  ao livro. De lá pra cá ouvi isto inúmeras vezes, ouvi: chorei litros, cântaros, horrores, um bocado e sai lá mais o que.  E agora eu digo também: chorei muito...  me debulhei em lágrimas. 
Resumindo a dica de leitura de O meu pé de laranja lima veio desta conversa com a minha amiga, e também de minha tia, que disse quase as mesmas coisas.

Já a  dica do Cazuza não veio através de um amigo, nem inimigo (rs), chegou através do programa Direito e Literatura da TV Justiça, que sempre me faz correr atrás de livros não pensados.
Este é o segundo exemplar que adquiri, o primeiro foi para uma colega de trabalho que também me disse que o livro era o livro da infância dela. Imagina que ficou encantada com a minha edição velha e macambuzia comprada na Estante Virtual! Então, dei o livro para ela, lógico.   
Tempos depois, aliás muito tempo depois, li o livro e comentei com ela e não havia emocionado tanto, e não deixaria marcas literárias nesta pessoa que vos escreve, provavelmente esqueceria quase tudo da história. E não é que verdade? A história lida há pouco vai se desfazendo tal qual sacola biodegradável... 

A leitura de ambos fizeram-me lembrar  diversas vezes  dO pequeno Nicolau, dos autores Sempé & Goscinny. Mas, se no livro francês as peraltices do pequeno me leva às gargalhadas nos outros dois a carga dramática é muito forte,  perpassa toda a leitura um que de melancolia. E isto é ainda mais intenso em O meu pé de laranja. Há tantos dramas pessoais e sociais na história que por vezes ficava a indagar-me do por que o livro foi classificado como infanto-juvenil (perdoem a ignorância), afinal estou acostumada com o lúdico neste tipo de narrativa, mesmo quando se quer apresentar temas sérios/dramáticos/existenciais como por exemplo A bolsa amarela, que fala de autoestima,  ou Pele de Asno que fala de incesto, dentre tantos outros. 

Gostei de ambos embora meu coração penda mais para O meu pé de laranja lima, o que já era de se esperar, ou não? Zezinho me acompanhou mesmo depois que fechei o livro, após ter lido a última página e vertido inúmeras lágrimas. Disseram-me que o livro tem continuação já passei na biblioteca e trouxe pra casa uma edição velha que espero conseguir ler [valei-me Nossa Senhora da Rinite!]





 
Não achei grifo nenhum anotado para deixar aqui, talvez estivesse ocupada demais chorando para lembrar de fazer marcações.  E como não quero chorar litros de novo não vou caçar frase nenhuma....

Título: Cazuza
Autor: Viriato Corrêa
Editora: Companhia Editora Nacional
Páginas: 229 
Sinopse: Cazuza, lançado pela primeira vez em 1938, é um romance autobiográfico em que o autor narra as amargas experiências escolares de um garoto desde o primário convivendo com um professor autoritário de uma escola no interior do Maranhão, até os dias de colégio na capital do estado, São Luís. Além de criar um belo romance sobre o processo de amadurecimento de uma criança, Viriato Corrêa usou Cazuza como um veículo para criticar e denunciar castigos físicos impostos aos estudantes e outras práticas abomináveis de disciplina adotadas por muitos estabelecimentos educacionais na década de 30.

Título: O meu pé de laranja lima
Autor: José Mauro de Vasconcelos
Editora: Melhoramentos 
Páginas: 189
Sinopse: Na obra juvenil mais conhecida de José Mauro, a pobreza, a solidão e o desajuste social vistos pelos olhos ingênuos de uma criança de seis anos. Nascido em uma família pobre e numerosa, Zezé é um menino especial, que envolve o leitor ao revelar seus sonhos e desejos, por meio de conversas com o seu pé de laranja lima, encontrando na fantasia a alegria de viver.  (Bem eu não vi alegria nenhuma, mas tudo bem, pode ser ilusão de leitora)




Um comentário:

  1. Não, você não é (ou melhor, era) a única que nunca leu "Meu pé de laranja lima". Eu só me lembro que assistia à série (acho que era classificada como novela na época), e só recentemente passei a me interessar pelo livro. Pelo que parece, o efeito é sempre o mesmo: lágrimas e mais lágrimas. Mais um da lista de "vou ler". :)

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